Passamos horas a olhar para eles e por eles.
Passamos horas infinitas acordadas por eles e nunca mais recuperamos aquele precioso sono que tanta falta nos faz. Que importa se no dia seguinte temos de trabalhar. As olheiras já fazem parte do look materno.
Arrumamos as tralhas que deixam espalhadas pelo chão, dobramos/arrumamos roupa, organizamos mochilas para a escola e para as atividades extracurriculares, planeamos refeições de acordo com a ementa da escola.
Lemos a história antes de dormir, muitas vezes a fazer um esforço descomunal para não adormecer antes deles.
Fazemos os trabalhos de casa com eles, reaprendemos e aprendemos com eles todos os dias, relembramos conceitos esquecidos há imenso anos, estudamos para eles e com eles.
Falhamos muitas vezes… muitas mesmo, não somos perfeitas, longe disso, mas aos olhos dos nossos filhos somos o máximo. Mesmo nos dias em que a paciência e a alegria estão no lixo, somos a mulher-maravilha para eles, somos a heroína sem capa que está sempre presente, nem que seja na sombra para os ver voar. Se eles caírem estamos por perto para os apoiar e dar alento para se levantarem.
Fazemos por sair dos empregos a horas para os ir buscar, por forma a não passaram ainda mais tempo na escola, deixando para trás uma pilha de papéis de assuntos para resolver… Procuro não levar trabalho para casa, mas o telemóvel toca várias vezes depois de já ter saído e o email está sempre a funcionar. Muitas são as noites em que depois de eles adormecerem, sento-me a responder a emails…
Organizamos as nossas agendas de acordo com as deles, muitas vezes esquecendo que para além de mães somos mulheres.
Trabalho 24/24 horas, 365 (ou 366) dias por ano , non-stop. A remuneração é o sorriso deles, a alegria contagiante mesmo pelo meio havendo, inevitavelmente, umas birras.
A maternidade não é perfeita… nunca foi nem nunca será, mas os meus filhos são um espetáculo.